
Análise Surf Ranch Pro
Evento histórico na “Piscina do Kelly” termina com festa brasileira.
Publicada em: 10/09/2018 16:26:19
Mais uma etapa da WSL chega ao fim, mas dessa vez não foi uma etapa normal. O Surf Ranch Pro foi uma grande surpresa para a maioria dos fãs de surf. Campeonato em uma piscina de onda, sem baterias, sem prioridade, o evento inédito oferece um leque de assuntos a serem comentados e discutidos.
Consistência
Gabriel Medida sagrou-se o grande campeão do evento, surfando bem desde o início. Medina apresentou uma performance consistente, postando “excelent scores” para os dois lados. Em sua maior nota na esquerda, tirou um 9.13, com um fantástico keurup flip no final da onda e na sua direita um 8.73.
Mais horas de vôo
O “local do pico”, Kelly Slater ficou com o terceiro lugar, o que não é uma surpresa, visto que o 11x campeão mundial tem a oportunidade de surfar a onda quando quiser. Mesmo com seus 46 anos, o americano continua em forma e apresentou um surf muito fluido durante todo o campeonato.
Surpresa Brasileira
A surpresa, sim, foi Miguel Pupo com a 5° lugar, o brasileiro surfou muito no último dia do qualifying, trocando as suas duas ondas e manteve o nível nas finais, surfando com atitude, principalmente nas esquerdas.
Ranking ainda mais embolado
Filipe Toledo tirou a maior nota do campeonato e ficou com a segunda colocação na etapa, seguindo na liderança do ranking. Entretanto a diferença entre ele o 2º colocado (Gabriel Medina) caiu pela metade da que era no Tahiti. Agora, Toledo está com 4.100 pontos de diferença.
Opinião do público
Por um outro lado, o campeonato não agradou a todos. Alguns dos comentários nas redes sociais, geraram um feedback negativo sobre a etapa. Os principais argumentos são de que um campeonato em piscina de ondas é monótono, sem emoção e assistir a mesma onda várias e várias vezes tira a principal característica do surf: a incerteza gerada pelo oceano.
Polêmica
Outro caso foi de que, algumas esquerdas geradas pela piscina tiveram irregularidades e foi dado o bônus de uma esquerda a mais para todos os competidores o que acabou atrasando a competição em mais de 1h do planejamento inicial. A ideia foi nobre, porém nenhum surfista realmente trocou sua nota na esquerda com essa onda bônus e provavelmente afetou muito a programação de algumas emissoras.
Apenas nossa idéia rs
Além disto, a WSL perdeu a grande oportunidade de marketing de todo o evento. A ondas funcionam no mecanismo de ida e volta, isto é, sempre que se gera uma onda para esquerda, necessariamente é gerada uma onda para direita. Ou seja, além das 12 esquerdas bônus surfadas pelos atletas, 12 direitas passariam livres. O comentarista Strider Wasilewski, foi o único privilegiado e surfou duas destas direitas, o que quer dizer que 10 ondas perfeitas “sobraram” para ninguém.
O que a WSL deveria ter feito? Imaginem se 10 sortudos da plateia tivessem tido a oportunidade da vida de surfarem essas ondas que passaram sozinhas no campeonato? Certamente uma ação histórica de marketing e de principalmente um highlight de todo o evento.
O que temos pela frente?
Faltando agora apenas 3 etapas para o fim (França, Portugal e Havai), a briga pelo título segue intensa. Mesmo com seus últimos resultados (3° em Fiji e vice no Surf Ranch), Toledo não deve estar muito feliz vendo o crescimento avassalador de Gabriel nas últimas etapas e sabendo que Medina sempre tem ótimos resultados nessa perna final.
A briga, parece que, ficará apenas entre os dois brasileiros, visto que esses já se distanciaram bastantes do por exemplo 3° colocado do ranking Julian Wilson que está mais de 12 mil pontos abaixo de Toledo e 8 mil abaixo de Medina.
Conclusão
O evento foi uma grande experiencia para todos. Contou com um formato único e de certa forma bastante inovador. Premiou o surfista que soube surfar melhor em todos os fundamentos e a partir de agora o que esperamos são melhorias para os próximos eventos.
E você, o que viu de interessante no campeonato? Comente!
Publicada em: 10/09/2018 16:26:19