Aquecimento Quik Gold Pro 2016

Quando: 10 a 21 de março

O Lugar:

Se o futebol está para o Brasileiro, o surfe está para o Australiano. E a Gold Coast é o maracanã. É surfista e surf shop para tudo que é lado. A região vive em função do surf. Snapper fica em um bairro chamado Coolangatta em Queensland. É um bairro pequeno e tranquilo. Passa a sensação de estarmos dentro de um condomínio. Tudo é muito bem organizado e limpo e com clima agradável. Tem uma rua principal, onde ficam alguns restaurantes e uns poucos bares, mas querendo um agito maior é preciso seguir norte para Surfers Paradise ou BroadBeach (cerca de 30-40 min de carro). Lá tem várias nights, restaurantes e bastante gente nas ruas até altas da madrugada. Alguns surfistas da competição geralmente fazem a sua visita nesses bairros quando são eliminados para afogar as mágoas.

O Surfe:

Em Cooly, existem 5 ondas: Dbah, Froggies, Snapper, Greenmount e Kirra.

Até 2002, a onda principal era Kirra, mas quando governo decidiu mandar areia do lado direito do canal para o lado esquerdo em função da segurança dos barcos, Snapper, Greenmount e Kirra passaram a se conectar.

Esse mega banco de areia que se formou é chamando The Super Bank.

 
Foto: WSL

Se você conseguir conectar a onda vai surfar por 5 minutos. Foi o que aconteceu com Damon Harvey em 2002 quando bateu o recorde e surfou 1,5km de onda. Mas geralmente dura 20-30 segundos. O que é tempo suficiente para você entubar, dar rasgada, aéreo, floater e tudo mais até a sua perna queimar.

Aqui no Rio para o mar subir, tem que entrar um sudoeste com frente fria normalmente. Na Gold, o swell vem pelos Cyclones. A temporada vai de Janeiro a Abril e é quando rolam as melhores ondas. Não à toa, o campeonato rola em março que é segundo mês mais consistente do ano.

Ano passado rolou um clássico: Cyclone Marcia. E gerou ondas de altíssimo nível. Bem que poderia ser renomeado para Cyclone Toledo, né?

Snapper é relativamente bem protegido e o vento predominante é o sul-sudoeste, que lá entram de terral. Confira no video abaixo o que um bom swell de leste de um forte cyclone e com vento sul-sudoeste produz de pura perfeição. 

Kirra February 2015 || Cyclone Marcia from Dave Walker Films on Vimeo.

Crowd e Localismo:

Já foi no metrô super lotado? Então, é assim. As vezes falta espaço até para remar no outside. Mas difícil imaginar algo diferente. Com água quente, fundo de areia e tubos que chegam a 10 segundos todo mundo quer. Mas pode acreditar tem muito tubo assim e encontra-los é mais fácil do que parece. A galera local, acredita bem nas regras de prioridade do surf então se posicione bem e reme quando for a sua vez. A onda é longa e uma rápida rabeada tem solução. Grite seu “Alô” que a galera deve liberar a onda. Mas justamente porque eles acreditam nessas regras, não entre quando não for a sua. Além de desrespeitoso, tem grandes chances de você estar rabeando alguém que surfa muito melhor que você. Snapper é a casa de Mick, Joel, Luke, Deano, Bede Durbidge, Occy....E a lista não para....

Com respeito, educação e uma boa dose de paciência dá para pegar boas ondas. Como a onda é longa, achando as certas, poucas já fazem muito a cabeça, dando direitos a tubos e manobras.
Na época do campeonato a água é quente e a temperatura do ar boa. Apenas uma lycra dá conta do recado para proteger do forte sol.

Momentos 2015:

Momento Freak: Medina rabera de bobeira o Glenn Hall e sai fora da competição.
Momento Euforia: Nota 10 do Filipe Toledo na final.
Momento Drama: O mar fica Flat e a comissão faz uma aposta de estender o período de espera que acaba dando certo.

Publicada em: 04/03/2016 17:10:54